

Pesquisas Desenvolvidas
Conheça as Pesquisas Científicas desenvolvidas pela equipe do Observatório da Gestão Integrada de Resíduos do Estado do Rio de Janeiro. Aqui você encontra estudos, artigos, relatórios técnicos e publicações que contribuem para a sustentabilidade e inovação na gestão de resíduos. Acesse, pesquise e compartilhe conhecimento

Determinação da Carga Poluidora de Nitrogênio Amoniacal na ETE Alegria
O estudo realizado na maior Estação de Tratamento de Esgoto do Estado do Rio de Janeiro, a ETE Alegria, investigou os valores de nitrogênio amoniacal (N-NH₃) nos efluentes líquidos tratados, com base nos Relatórios de Acompanhamento de Efluentes de 2017 a 2022. Os resultados apontam que 100% das amostras encontram-se abaixo dos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 430/2011, com média geral de concentração significativamente inferior ao Valor Máximo Permitido (VMP) de 20 mg/L. Em 2021, observou-se o menor valor médio (4,56 mg/L), enquanto 2018 apresentou o maior (9,90 mg/L). A variação percentual da eficiência do processo de remoção de N-NH₃ (DPR%) ao longo da série foi de 26%, demonstrando relativa estabilidade operacional. Conclui-se que o sistema de tratamento implantado na ETE Alegria é eficaz na remoção desse composto, contribuindo significativamente para a redução da carga eutrofizante despejada na Baía de Guanabara e para a segurança ambiental dos corpos receptores

Avaliação da Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos Gerados no Estado do Rio de Janeiro em 2022
Este diagnóstico inédito da destinação final dos resíduos sólidos urbanos (RSU) no Estado do Rio de Janeiro em 2022 revela avanços e fragilidades na gestão. Dos 92 municípios fluminenses, 76 destinaram seus RSU a 19 aterros sanitários licenciados, totalizando cerca de 18.123 toneladas por dia – o que corresponde a 96,94% da geração diária. Por outro lado, 10 municípios ainda utilizam vazadouros, expondo 472 t/dia a condições inadequadas de disposição. Os demais seis municípios encaminham seus resíduos para instalações localizadas em Minas Gerais. O estudo ainda revelou que 80% da massa total coletada é gerida por duas operadoras privadas: Ciclus Ambiental e Orizon Valorização de Resíduos. Os dados obtidos reafirmam a relevância da consolidação de políticas públicas e da regionalização da gestão como caminhos para o encerramento definitivo dos lixões. Ao evidenciar as desigualdades territoriais e operacionais no setor, o estudo contribui para a construção de estratégias mais eficazes, sustentáveis e equitativas no gerenciamento dos RSUs no estado.

Avaliação da Produção de Resíduos Sólidos no ERJ segundo o Censo 2022
A análise comparativa entre os censos de 2010 e 2022 permitiu constatar um aumento de 2,14% na geração diária de RSU no ERJ, o que equivale a 362,55 toneladas a mais por dia. A média estadual atual é de 17.333,33 t/dia, com a Região Metropolitana sendo responsável por 81,20% da geração, apesar de leve redução percentual em relação à década anterior. A geração per capita média é de 0,88 kg/hab./dia, inferior à registrada no Plano Estadual de Resíduos Sólidos (1,19 kg/hab./dia). Esta redução, embora positiva, não elimina o desafio da gestão, sobretudo diante do avanço da urbanização e do consumo. O estudo evidencia que o Estado continua pressionado pela alta produção de resíduos e pela necessidade de aprimorar sua infraestrutura e políticas públicas. Os resultados reforçam a urgência de integrar os dados censitários às estratégias de gestão, sobretudo para atualizar planos estaduais e municipais de resíduos sólidos e fomentar práticas sustentáveis, em consonância com os preceitos da PNRS.

Avaliação da Remediação Ambiental do Lixão de Babi em Belford Roxo
O trabalho avaliou a viabilidade de remediação ambiental do antigo Lixão de Babi, que recebeu todos os resíduos sólidos do município de Belford Roxo entre 2004 e 2012. Estimou-se que, nesse período, aproximadamente 1.806.947 toneladas de RSU foram dispostas em uma área de 29 hectares. O diagnóstico foi realizado a partir de projeções populacionais e dados de geração per capita, com base no fator de 1,19 kg/hab./dia, conforme o PERS/RJ. A proposta de remediação inclui a escavação da massa residual e seu encaminhamento para unidades licenciadas de disposição final, como o CTR Belford Roxo ou, alternativamente, para o CTR Nova Iguaçu, por meio de consórcio intermunicipal. Os resultados evidenciam que, mesmo após mais de uma década do encerramento da atividade, não houve remediação efetiva do passivo ambiental. A pesquisa reafirma a urgência da adoção de medidas corretivas em lixões desativados, sob pena de perpetuação dos impactos à saúde pública, ao solo e aos recursos hídricos.

Avaliação do Impacto da Pandemia de COVID-19 no Tratamento de Sólidos Totais pela ETE Bacaxá
Este estudo avaliou a eficiência da ETE Bacaxá (Saquarema-RJ) na remoção de sólidos sedimentáveis e em suspensão durante o período da pandemia de COVID-19. A análise compreendeu 40 amostras coletadas entre 2019 e 2022, conforme os parâmetros da NOP INEA 45 e CONAMA 430/2011. Os resultados demonstraram que as concentrações de sólidos sedimentáveis se mantiveram abaixo de 1,0 mL/L, e os sólidos em suspensão não excederam os 40 mg/L em nenhuma amostra. Foi verificada, inclusive, uma tendência de redução nas concentrações ao longo do período. Conclui-se que, apesar das alterações nas dinâmicas populacionais e da sazonalidade turística durante a pandemia, a estação não sofreu impacto negativo em sua capacidade de tratamento. A estabilidade operacional da ETE Bacaxá reforça a robustez de seu sistema terciário quimicamente assistido frente a flutuações de carga hidráulica e orgânica.

Determinação da Carga de DBO e DQO na Maior ETE do Estado do Rio de Janeiro (ETE Alegria)
A pesquisa avaliou a eficiência da ETE Alegria, responsável por tratar o esgoto de cerca de 1,5 milhão de pessoas no município do Rio de Janeiro. Foram analisadas séries históricas de DBO e DQO entre 2017 e 2022 com base nos Relatórios de Acompanhamento de Efluentes (RAE) registrados no INEA. A maioria das amostras permaneceu abaixo dos limites estabelecidos pela legislação ambiental vigente (CONAMA 430/2011 e NOP 45). Observou-se que, embora cerca de 11% dos valores de DBO e 3% dos de DQO tenham excedido os valores máximos permissíveis, a média anual em 2022 foi a menor do período, com DBO em 16,94 mg/L e DQO em 32,33 mg/L — representando uma redução de aproximadamente 50% e 63%, respectivamente, em relação aos maiores valores observados. Conclui-se que a estação demonstrou boa eficiência técnica no controle da carga orgânica, mesmo diante da intensificação da vazão no período pós-pandêmico, contribuindo para a preservação da biota aquática da Baía de Guanabara.

Avaliação do Potencial da Reciclagem de Resíduos Sólidos no Lixão de Babi em Belford Roxo
O estudo estimou o volume e o valor dos resíduos recicláveis dispostos no antigo Lixão de Babi, encerrado sem remediação adequada. Com base em dados demográficos, fator de geração per capita de 1,19 kg/hab.dia e composição gravimétrica da COMLURB, foram identificadas 638.537 toneladas de recicláveis no local. Dentre elas, destacam-se plásticos (319.910 t), papel/papelão (274.906 t), vidro (54.626 t) e metais (29.001 t). O valor estimado de comercialização dos recicláveis chega a R$ 1,74 milhão. Por outro lado, o custo de disposição inadequada dessa fração reciclável alcança R$ 51,4 milhões, considerando o custo médio de R$ 75,80/t. Conclui-se que a ausência de políticas públicas de reciclagem gerou prejuízo ambiental e econômico. Estima-se que até 35,32% da massa disposta poderia ter sido evitada com práticas de coleta seletiva e inclusão de cooperativas, o que representa 3,5 anos de operação do lixão.

Análise do Tratamento de Lixiviados de Aterros Sanitários da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
A pesquisa analisou a geração e o tratamento de lixiviados em seis aterros da RMRJ em 2022. Cinco dos seis aterros realizam tratamento interno de chorume, sendo que três utilizam múltiplas etapas. Foram identificadas 68 lagoas de estabilização/aeração, totalizando 211.489 m² de área e 634.468 m³ de volume, indicando pulverização tecnológica. Apesar de 95,84% do chorume declarado ser tratado internamente (3.434 m³/dia), parte dos municípios ainda depende de encaminhamento externo (como Itaboraí). A análise evidenciou deficiências em impermeabilização e ausência de fiscalização robusta, agravando os riscos de transbordamento em períodos chuvosos. O estudo destaca a importância do controle georreferenciado das estruturas e da modernização dos sistemas de tratamento, como condição para garantir segurança ambiental, especialmente frente às metas de encerramento de lixões e expansão da cobertura de aterros sanitários no estado.

Avaliação da Qualidade da Operação de Estações de Tratamento de Esgotos Públicas e Privada no Estado do Rio de Janeiro
Aplicando o Índice de Qualidade de Operação (IQE) desenvolvido pelo INEA, o estudo avaliou 15 ETEs sob concessões públicas e privadas. O IQE considera 28 indicadores agrupados em parâmetros químicos, gestão ambiental e gestão operacional. Os resultados revelaram que apenas 13% das ETEs operam em condições adequadas; 73% apresentam condições regulares e 14% em condições inadequadas. As médias obtidas (IQE = 6,83 ± 0,87) não apresentaram variações estatisticamente significativas entre as concessionárias (p < 0,05, n = 5). O estudo conclui que o IQE é uma ferramenta eficaz para diagnosticar fragilidades na operação de ETEs, sendo aplicável também em outros países da América Latina como instrumento de gestão ambiental. Ressalta-se a necessidade de aprimoramento das rotinas operacionais para garantir que a expansão do saneamento ocorra de forma ambientalmente segura, técnica e equitativa.